Ato pela vida do São Francisco reuniu povos tradicionais, movimentos, pastorais, acadêmicos, dentre outros.
Por assessoria de comunicação do CPP Nacional com informações do CPP MG
Na manhã de ontem, 18, grupos tradicionais de pescadores, vazanteiros, quilombolas, indígenas, dentre outros, vindos de diversos municípios do estado de Minas Gerais e da Bahia, além de movimentos sociais, acadêmicos e pastorais sociais, saíram em passeata pela defesa do Rio São Francisco, na cidade de Pirapora. Mobilizado pela Articulação Popular São Francisco Vivo, o ato denunciou a situação emergencial que o rio está passando.
O hidro e agro negócio, as barragens, as metalúrgicas, as indústrias têxteis, as barragens, a Companhia Hidrelétrica de Minas Gerais (CEMIG) e a captação exagerada de água em todo o leito do São Francisco pelos pivôs centrais foram apontados como principais agentes dos impactos no rio, o que ameaça o modo de vida dos povos que dependem do velho Chico para sobreviver.
Caminhada para ato simbólico dentro do velho Chico |
No início da manhã, cerca de 200 pessoas já estavam reunidas para darem início ao ato que percorreu as principais ruas da cidade até chegar às margens do São Francisco. Nele, uma comitiva adentrou suas águas como ação mística de benção da água em um gesto simbólico de “dar água ao rio”.
Os manifestantes também ocuparam a sede da CEMIG exigindo que seus representantes prestassem esclarecimentos sobre a crise hídrica em que passa o rio, uma vez que há a possibilidade de erro de operação da barragem de Três Marias, o que ocasionou o baixo nível da água. Além disso, muitos reivindicaram energia elétrica em suas comunidades.
A partir da manifestação, foi assinada uma representação pelas lideranças exigindo uma moratória aos grandes e médios projetos de irrigação que captam água no rio. O documento deverá ser encaminhado ao Ministério Público. O grupo também reivindicou a realização de uma reunião junto ao Ministério para debater a situação do Rio São Francisco, e seu uso pelas comunidades tradicionais. O grupo exige atuações mais fortes do Ministério para que se possa garantir a sobrevivência no Velho Chico, símbolo de vida para a grande diversidade de povos tradicionais que nele habitam.
Ocupação na sede da CEMIG |
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