Desde o ano 2004, os pescadores e pescadoras artesanais do Brasil realizam, no dia 21 de novembro, o Grito da Pesca Artesanal.
Assessoria de Comunicação - CPP
O Centro de Formação Vicente Canhas, em Luziânia (GO), recebeu os mais de 250 pescadores e pescadoras artesanais de todas as regiões do Brasil. Os Estados de Minas Gerais, Sergipe, Alagoas, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Ceará, Rio de Janeiro, Pernambuco, Santa Catarina, Espírito Santo, Amazonas, Pará e Bahia estão representados. Na bagagem, muita música, alegria e esperanças.
Também muitas preocupações movem os participantes com o destino de seus territórios pesqueiros e suas vidas. Dentre tantas ameaças e ataques que sofrem com a aquicultura empresarial que retira os recursos pesqueiros indiscriminadamente e os grandes projetos desenvolvimentistas que expropriam as comunidades tradicionais, nos últimos meses um dos maiores (se não o maior) crimes socioambientais do Brasil vêm assolando o litoral nordestino: a chegada inesperada e inexplicável de óleo cru que chega contaminando os ecossistemas marinhos e já chegando também em águas doces pelo Delta do Parnaíba. Essas tantas mazelas, consequências da irresponsabilidade de quem deveria zelar pelo país e suas populações, serão denunciadas pelo Grito da Pesca 2019. O Movimento Nacional dos Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP) vai entregar o Projeto de Lei de Iniciativa Popular para a Comissão de Legislação Participativa do Congresso Nacional. Espera-se um diálogo respeitoso e resolutivo para que o PL se torne uma lei de proteção dos territórios pesqueiros. Responsável por, aproximadamente, 70% do abastecimento do pescado do país, os pescadores e pescadoras artesanais gritam em alto e bom som: “nossos direitos vêm, se não vir nossos direitos o Brasil perde também”.