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Mensagem de Esperança para as famílias de Bruno e Dom

20-06-2022

Nós, do Conselho Pastoral dos Pescadores, viemos manifestar nossa solidariedade às famílias de Bruno Pereira e Dom Philips e ao mesmo tempo nossa afirmação na luta por justiça e paz. Manifestamos nosso apoio e estamos na caminhada junto aos povos indígenas, na sua luta por seus territórios, culturas e pelo direito de poder viver em paz.

Não há como se conformar em ver baixarem à terra dura, os corações amorosos. Não estamos de acordo, mesmo que faça parte da luta, ser semente para um novo tempo. Estamos numa guerra comprida que já existe desde o início da história da humanidade. A construção da vida é possível, e as vitórias do dia a dia são importantes para fortalecer e dar esperança.

Este é o nosso Brasil vermelho como brasa... azul, amarelo de rios e cores tais e tantas. De verdes destruídas atlânticas e cerrados. Amazônindígenas, somos florestas todos e todas. As forças do capital e do fascismo tentam silenciar aquelas e aqueles que resistem e defendem os territórios da gana da exploração e da miséria. Por isso é urgente mudar a rota desse sistema que produz sofrimento e morte!

Bruno e Dom seguiam um aprendizado antigo dos que se dedicam as causas da maioria: “Vá ao povo. Viva no meio dele. Aprenda com eles. Planeje com eles. Comece com o que eles sabem. Construa com o que eles possuem. Aprenda fazendo. Ensine mostrando”.

Por isso e por tudo, um pouco de nós morre junto com eles... e outro tanto vive, persiste na gente. Contudo, a morte não tem a última palavra.  No meio destes tempos de ódio, busquemos entre nós e dentro de nós um amor invencível. No meio de nossas justas lágrimas, busquemos nossos risos, que também são invencíveis. No meio deste caos, nos abracemos e nos fortaleçamos para a próxima batalha. No meio desta escuridão, há em nossas lutas uma luz invencível. Não importa o quão duro seja o mundo, construamos algo melhor a nossa volta.

“Por isso continuaremos tentando descobrir as mulheres e os homens animados pela vontade de justiça e pela força da beleza. Buscaremos além das fronteiras dos tempos e dos mapas, porque eles são nossos companheiros e nossos contemporâneos, tenham nascido onde tenham nascido e tenham vivido quando tenham vivido. Continuemos tentando ser mais fortes que o medo, na hora de escolher no eterno combate entre os indignos e os indignados” (Galeano).

Resistiremos erguidos, de frente nos tornemos pedra. Ainda que os ventos da vida soprem fortes, sejamos como bambu que se dobra, porém sempre segue em pé. Lutemos sempre para que a justiça prevaleça. Que a lama, o fogo, o petróleo, o garimpo, a morte e a injustiça, nada nos emudeça e que a sementesperança cresça.

 

Bruno, Dom e todos os mártires da caminhada presentes.

Um imenso abraço para suas famílias. Sigamos juntes!