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Carta Mutirão pelo Brasil que queremos: O Bem Viver dos Povos

25-10-2021
Fonte: 

Assessoria de Comunicação da 6ª SSB

Os participantes do Seminário Nacional da 6ª Semana Social Brasileira, que ocorreu de forma híbrida, neste dia 23 de outubro de 2021, publicaram carta aberta no encerramento do evento. Na Carta, os participantes se comprometem na luta pela dignidade, justiça socioambiental e de uma “economia com alma”. Agentes de pastoral do CPP de vários regionais participaram ativamente de todo o processo.

 

Leia a íntegra da Carta:


 

Brasília, 23 de outubro de 2021

 

Carta Mutirão pelo Brasil que queremos: o bem viver dos povos

“Sonho e semente de reconstrução”

(Levante Popular, de Antônio Baiano)

 

A 6ª Semana Social Brasileira reunida no Seminário Nacional “O Brasil que queremos: O Bem Viver dos povos”, no dia 23 de outubro de 2021, em formato híbrido e transmitido da sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),  reafirma o que nos disse o Papa Francisco no 4º Encontro Mundial dos Movimentos Populares“Sabeis que sois chamados a participar nos grandes processos de mudança [...] O futuro da humanidade está, em grande medida, nas vossas mãos, na vossa capacidade de vos organizar e promover alternativas criativas”.
 

Nessa trajetória de 30 anos da construção do Brasil que queremos, almejamos o diálogo dos povos. Nosso compromisso de luta pela dignidade, justiça socioambiental e de uma “economia com alma”. Reafirmamos nossa solidariedade às famílias e vítimas do descaso do Governo Federal no enfrentamento da pandemia, conforme denuncia o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID-19.

Diante do projeto de morte expresso no gravíssimo quadro econômico, social, ambiental e político reafirmamos a urgência de construir um projeto internacionalista de solidariedade, irrigando o Bem Viver dos povos pela amorosidade que cuida e alavanca projetos de vida.

Estamos no meio da caminhada dos 4 anos da 6ª Semana Social Brasileira, desde o seu início em 2020. Avançamos nas articulações e reflexões, e agora o convite é avançar no Levante Popular que coloque nossos ouvidos e corações em escutar e sentir os clamores das pessoas que sentem fome e das que não tem terra, teto e trabalho. Por isso, conclamamos:

A continuar organizando os mutirões pela vida por terra, teto e trabalho, com soberania, democracia e outra economia;

No Trabalho seguir os projetos de Redução da jornada de trabalho e de uma renda básica universal. Apoiar e fortalecer os coletivos organizados em processos de autogestão e economia popular solidária, através das redes de cooperação e comercialização das iniciativas locais de geração de renda.

Terra e Teto não podem ser espaços de especulação imobiliária e exploração financeira do agronegócio produtor de fome para o povo, de violência no campo e conflitos urbanos, e sim, espaço de vida.

Afirmamos as resistências concretas em forma de agroecologia, luta por demarcação das terras indígenas e quilombolas, reforma agrária popular, luta contra a grilagem de terras, proteção de comunidades e lideranças ameaçadas e mobilização contra os despejos, auto-organização das mulheres, das juventudes, das periferias, ações para salvar nascentes e rios, contra a privatização das águas, contra o encarceramento em massa, luta sindical, direitos das pessoas com deficiências e idosas.

Não queremos morrer nem de fome, nem de bala e nem de vírus, queremos viver!

Vamos espalhando sementes de transformação, de ternura e teimosia. 

Participantes do Seminário Nacional da 6ª Semana Social Brasileira

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