Assessoria de Comunicação do CPP
Agentes de pastoral do CPP de todo o Brasil participaram até o dia de hoje (15/06) do Curso de formação, na sede do CPP Nacional, em Olinda (PE). Essa edição do encontro, que teve início no dia 11, trouxe como temática a espiritualidade e a mística da pastoral. O encontro foi assessorado pelo monge beneditino e teólogo Marcelo Barros e pela teóloga, agente de pastoral da CPT e pastora metodista, Nancy Cardoso.
Esse processo de formação sistemático do Curso de Formação dos Agentes tem acontecido desde o ano de 2011, com duas etapas por ano. Esse novo ciclo terá a duração de três anos.
O objetivo dessa etapa, a primeira de 2018, foi aprofundar a reflexão sobre identidade e mística na perspectiva de uma ação pastoral fortalecida, além de aprofundar sobre a pastoralidade do CPP, em busca de um maior diálogo inter-religioso.
A temática foi escolhida a partir de reflexões surgidas da avaliação externa da prática político-pedagógica do CPP, que fez algumas indicações sobre o trabalho desenvolvido pela pastoral. Além da reflexão, o objetivo é que ao fim de todos os encontros de formação a prática político pedagógica do CPP seja sistematizada. A próxima etapa acontecerá no mês de setembro desse ano (2018).
Fé ligada à vida
“Espiritualidade é a fé ligada à vida. Fé não é sinônimo de crença. Fé é o amor que fecunda todo o processo da vida”, explicou o teólogo Marcelo Barros. Segundo o monge beneditino, é importante que a fé se manifeste de maneira concreta. “Nós católicos não acreditamos que o espiritual é mais importante que a vida concreta”, apontou. Marcelo Barros citou o trabalho das pastorais sociais como exemplo dessa postura.
Ele ainda fez críticas ao moralismo. “Há quem pense que religião é controle moral. Mas espiritualidade não é isso. A espiritualidade é uma vida conduzida pelo espírito de Deus. Temos que passar do egocentrismo ao etnocentrismo e chegar finalmente ao cosmocentrismo”, apontou.
A teóloga Nancy Cardoso concorda e defende que a espiritualidade não pode ser “desencarnada”. “Não podemos entrar na burocracia das expressões religiosas que negam a espiritualidade vivida no corpo. Não tem espiritualidade fora do corpo”, esclarece. “Nenhuma separação pode ser feita de corporeidade e espiritualidade”, enfatizou.
Nancy também aponta uma relação direta da espiritualidade com a vivência do mundo. “O que empurra a oração e a espiritualidade é o pé no chão, é uma relação direta com as coisas da vida”.
A pastora ainda fez críticas ao capitalismo. “O capitalismo é hoje quase que uma religião e sequestrou a nossa linguagem. É como se dissessem que ‘Fora do capitalismo não há vida, fora do capitalismo não há salvação’”, criticou. Nancy ainda apontou outros mecanismos de opressão e defendeu a importância de se lutar contra eles. “Se queremos interferir com uma prática libertadora, temos que considerar como o especismo, o racismo, o machismo e a desigualdade de classes atingem o nosso povo”, alertou. Ela ainda fez uma última provocação. “Se queremos seguir Jesus, a nossa leitura da palavra tem que gerar conflito”.
50 anos
Desde que foi dado o pontapé inicial para as comemorações dos 50 anos do CPP, atividades começam a acontecer em vários regionais e a data já está sendo celebrada em momentos festivos.
Na Noite Cultural da formação, agentes e funcionários do CPP entraram no clima dos festejos juninos e tiraram fotos para registrarem a sua participação na história do CPP.