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Romaria no Espírito Santo denuncia os impactos da mineração no rio Doce

CPP participa do evento e denuncia os perigos da exploração de sal-gema no estado

19-06-2023
Fonte: 

Assessoria de Comunicação do CPP

O Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) do Espírito Santo participou ontem (18) da sexta edição da Romaria das Águas e da Terra da Bacia do Rio Doce, no município de Linhares (ES), na comunidade de Regência. Organizada pela Arquidiocese de Colatina, a Romaria contou com a participação de centenas de caravanas vindas da Arquidiocese de Vitória, Cachoeiro de Itapemirim e Linhares, dos estados do Espírito Santo, além de caravanas de Minas Gerais, que incluíam representantes de movimentos sociais, pastorais, bispos e padres com o objetivo de denunciar os quase 8 anos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG) e para pedir reparação e justiça para os atingidos pelo crime, entre eles os pescadores e pescadoras artesanais. Mais de 4 mil pessoas participaram do evento.

A Semana Missionária incluiu visitas às famílias, comunidades e escolas, momentos de celebração, culturais e de limpeza na praia. A celebração da missa na foz do Rio Doce foi o ponto alto da Romaria por ser cenário do maior crime ambiental cometido pela Vale BHP e Samarco. O rompimento da barragem com rejeitos de minério, em novembro de 2015, devido à negligência das mineradoras, causou grandes impactos ambientais por toda a bacia do Rio Doce gerando todo tipo de destruição.

Para a agente de pastoral do CPP Espírito Santo, Luzaneide Pinto, o processo de conscientização para que situações como essa não voltem a se repetir é algo importante. “O que nos move em estar aqui é a mobilização e conscientização para sermos cuidadores da casa comum. Por um Rio Doce livre e sem fome”, diz Luzaneide fazendo referência a encíclica ‘Laudato Si’ do Papa Francisco. Desde o incidente em 2015, milhares de pessoas ainda não foram indenizadas. O estado de qualidade da água e do pescado ainda geram preocupações para a população.

O evento também serviu para pautar as ameaças de exploração de minérios no estado do Espírito Santo. Com faixas de protesto, o CPP aproveitou para denunciar os impactos da contaminação do rio Doce e para protestar contra a possibilidade de exploração de sal-gema no norte do estado. “Estamos articulando e acompanhando comunidades quilombolas de pescadores/as que serão atingidos pelo sal-gema no norte do Estado. Estamos ainda nas visitas e articulação”, explica Luzaneide.

Ela também fala dos possíveis impactos que essa exploração pode causar. “O Sal-gema além de destruição de comunidades pesqueiras artesanais,  causará contaminação dos rios e manguezais, na produção de cloro, além de danos ambientais na destruição das matas e reservas ecológicas”, alerta. O temor de Luzaneide procede, a exploração desse mesmo minério em Maceió (AL), causou uma série de danos, inclusive o afundamento de três bairros na capital alagoana: Pinheiro, Mutange e Bebedouro. A expectativa é organizar a população local para evitar que isso aconteça.

 

Linha de ação: 

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