Cáritas Diocesana de Crateus, Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) Regional Ceará e Piauí e outros atores, realizaram a XVIII Feira da Agricultura Familiar e Economia Popular Solidária dos Sertões de Crateús e Inhamuns nos dias 01 e 02 de junho, em Crateús (CE). A feira oportuniza a valorização, reconhecimento e visibilidade de uma agricultura familiar agroecológica, livre de agrotóxicos e com a inserção e valorização dos pequenos e pequenas agricultores/as, pescadores/as, artesãs e artesãos da região. Foram dois dias de muitas vendas, divulgação e intercâmbios de experiências para os artesãos e para quem passou e levou os produtos saudáveis para suas casas. Esse tipo de evento é também ato político para firmar a agricultura familiar diante de um modelo produtivo que degrada o meio ambiente e que concentra renda para poucos. 

A feira na sua 18ª edição mostrou toda uma diversidade de saberes e sabores, além de um grande potencial da cultura nordestina do sertão do Ceará. Neste ano, houve 210 empreendimentos inscritos, com 300 feirantes que puderam comercializar nos dois dias da feira. Para que a feira aconteça de forma mais organizada, os feirantes participaram por um processo formativo, que iniciou em fevereiro desse ano (2023), com capacitações temáticas como a de economia solidária circular, além de marketing e precificação de produtos. A formação ajudou a valorizar o potencial de cada feirante e gerou oportunidade de otimização da renda destas famílias.

O CPP também levou produtores e artesões da região do litoral do Ceará para participarem do evento. Participantes das comunidades de Vila da Volta e Quilombo do Cumbe, do município de Aracati; Jardim, do município de Fortim, Guajirú, do município de Trairi e Barro Preto, do município de Paraipaba, tiveram a oportunidade de fortalecer a integração dos grupos acompanhados pela pastoral dos pescadores, além de garantirem uma aproximação cada vez maior rumo à Economia de Francisco e Clara, proposta do Papa Francisco que tem na sua concepção basilar, a justiça social para todos com dignidade fraterna.

Para Alonso Ribeiro da Silva, artesão da comunidade Quilombola do Cumbe (CE), a feira foi importante para divulgação dos seus produtos. “A feira foi muito importante para nós, artesãos, divulgarmos e também vendermos nossos produtos, pois é muito bom e é uma renda a mais, que ajuda bastante a nós, que trabalhamos com arte. Seria bom que sempre tivesse (a feira), isso iria ajudar bastante na renda de quem faz parte. Para nós foi muito bom, esperamos que sempre tenha e que sempre cresça mais e mais essa feira! ”, comemora.