Assessoria de Comunicação do CPP Nacional
A manhã de hoje (02/04) foi aberta com uma mística que denunciou a poluição do rio. A encenação teve a participação dos pescadores que atuaram e cantaram. Tiago dos Santos, neto de Toinho Pescador, leu um poema do avô, figura histórica na defesa do rio São Francisco, que não pôde participar do evento por motivo de doença.
Após a mística de abertura, Josimar Duraes, Margarida Ladislau e Roberto Malvezzi (Gogó), fizeram falas sobre a situação do rio e a expectativa dos povos em relação ao Bem Viver, conceito que defende a convivência harmônica entre os povos tradicionais e a natureza. “Uma revitalização do rio que não leve em consideração a opinião do ribeirinho e do pescador não pode ser uma revitalização de verdade”, defendeu Josimar.
Gogó revelou que foi convidado pela CHESF para falar sobre a diminuição do nível da água no rio São Francisco e ao falar com os técnicos apontou que os grandes usuários da água do rio São Francisco são as usinas hidrelétricas, as plantações irrigadas e as mineradoras. “Se vocês que são os grandes usuários de água do rio não se importam com a revitalização do rio, como vocês querem que tenha água?”, questionou aos funcionários.
Gogó criticou também a ideia de transpor o rio Tocantins para o São Francisco. “Eles destroem o São Francisco aqui e agora querem transpor o rio Tocantins para destruírem lá”, falou Gogó. “Temos que ter essa consciência de que a gente levou 50 anos para destruir o rio e os biomas e não vamos levar apenas 5 anos para recuperar tudo o que destruímos”, finalizou.
Ainda durante a manhã, os participantes se dividiram em 12 grupos de trabalho divididos por diferentes temáticas, como: mudanças climáticas, educação popular, soberania alimentar, identidade e território, entre outros.
As propostas saídas dos grupos serão discutidas durante a tarde de hoje em plenária.