
O Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras (CPP) manifesta firme solidariedade à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que na última terça-feira (27/05), em audiência no Senado Federal, sofreu ataques misóginos e covardes por parte de parlamentares. Marina, reconhecida internacionalmente como uma das principais vozes da defesa ambiental, ocupa com coragem e dignidade o espaço que pertence a todas as mulheres, sobretudo às mulheres negras que lutam por justiça social, ecológica e política. Como ela mesma declarou, “o meu lugar é o lugar da defesa da democracia, do meio ambiente, do combate à desigualdade e da proteção da biodiversidade”.
Esses ataques refletem não apenas o machismo e o racismo estrutural presentes no Congresso, mas também a brutalidade dirigida contra quem ousa denunciar a destruição ambiental. É o mesmo Senado que aprovou o PL nº 2.159/2021, o chamado PL da Devastação, que desmonta o licenciamento ambiental e ameaça biomas e comunidades tradicionais, que agora volta suas agressões contra Marina Silva, símbolo de resistência e voz firme em defesa da Casa Comum.
O CPP reforça que Marina Silva não está sozinha. Com ela estão milhares de agentes de pastoral, povos ribeirinhos, quilombolas, pescadores, pescadoras, indígenas, jovens e ativistas que lutam diariamente pela preservação da vida, das águas, das florestas e dos territórios. Recordamos, como inspiração, as palavras do profeta Isaías: “A justiça produzirá a paz e o direito assegurará a tranquilidade” (Is 32,17). Não há paz sem justiça ambiental, nem justiça sem reconhecer a dignidade plena das mulheres e das comunidades que cuidam do meio ambiente. Que as palavras de Marina ecoem forte em todo o país: “O meu lugar é onde todas as mulheres devem estar”.
Seguiremos juntos e juntas, na defesa da Casa Comum, pela justiça e liberdade para os oprimidos e para a natureza.
28 de maio de 2025
Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras - CPP