CPP pronuncia, em carta, apoio à Comunidade pesqueira do Cajueiro, localizada em São Luis do Maranhão. Desde 2014 a comunidade tem sofrido ameaças da construtora WTorres.
Na carta, o CPP afirma que "A situação atual está muito tensa e com risco de vida para os moradores de Cajueiro. Lembramos que esta grave situação e o risco eminente que a comunidade sofra outros ataques violentos, ocorre num momento histórico de aumento da violência e criminalização dos movimentos sociais, sobretudo as comunidades e povos tradicionais. Diversas ameaças, ações violentas e assassinatos estão ocorrendo em todo o Brasil."
Confira a carta na íntegra!
CARTA DE APOIO - Todo nosso Apoio e Solidariedade à Comunidade Cajueiro - São Luis, Maranhão
Cajueiro na ilha de São Luís, no Maranhão é uma comunidade tradicional pesqueira com 350 famílias. A comunidade existe a centenas de anos e tem título legal coletivo da área concedido pelo Estado do Maranhão desde o ano 1998. Portanto é detentora legal da posse deste território.
Desde 2014, a empresa WTORRE S/A e sua sócia Chinesa, a China Communications Construction Company (CCCC), tem tentado expulsar a comunidade com objetivo de apoderar-se do território tradicional pesqueiro e instalar um porto privado. Este porto faz parte das ações previstas de expansão do projeto MATOPIBA, para exportação de soja.
Os Moradores convivem desde então com a presença de milícias e de homens armados circulando para intimidar a comunidade. Uma casa já foi invadida com uso de grave violência para constranger os moradores a abandonarem suas casas. Derrotada em ações judiciais promovidas pelo Ministério Público, a empresa usa meios violentos para constranger os pescadores para que abandonem o território. No dia 05/05 de 2017 funcionários da construtora foram para frente das casas de alguns dos moradores da comunidade, onde tentaram invadir as residências para ameaçá-los e assim forçá-los a venderem os seus lotes. A intimidação foi feita inclusive contra pessoas idosas. Os moradores ameaçados tentaram registrar a ocorrência nas delegacias da cidade de São Luis, mas tiveram resistências de alguns dos encarregados da polícia, que alegaram que o sistema de registro não estava funcionando.
A situação atual está muito tensa e com risco de vida para os moradores de Cajueiro. Lembramos que esta grave situação e o risco eminente que a comunidade sofra outros ataques violentos, ocorre num momento histórico de aumento da violência e criminalização dos movimentos sociais, sobretudo as comunidades e povos tradicionais. Diversas ameaças, ações violentas e assassinatos estão ocorrendo em todo o Brasil.
Assim como Cristo libertador escolheu seus primeiros apóstolos entre os pescadores, o Conselho Pastoral dos Pescadores continua sua missão e une-se aos pescadores de Cajueiro para apoiar suas luta pela transformação das estruturas geradoras de injustiça. O Conselho Pastoral dos Pescadores apoia de forma incondicional os pescadores e suas famílias na luta pela sua permanência em seu território ancestral.
Território Pesqueiro, livre já!
