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Organizações pesqueiras de PE lançam Carta de Repúdio aos incêndios criminosos contra a comunidade Santo Amaro

Incêndio que aconteceu na madrugada de segunda-feira (23) queimou quatro ranchos de pesca.

25-09-2024
Fonte: 

Assessoria de Comunicação do CPP

Quarenta organizações, entre movimentos sociais, colônias de pesca e associações de pescadores e pescadoras artesanais de Pernambuco, lançaram na tarde dessa quarta-feira (25), uma Carta de Repúdio aos incêndios criminosos que têm sido cometidos contra a comunidade pesqueira Santo Amaro, localizada no município pernambucano de Sirinhaém. Nesse ano de 2024 já foram realizados três incêndios que destruíram embarcações e apetrechos de pesca artesanal dos pescadores locais. A última ocorrência foi na madrugada dessa segunda-feira (23), quando quatro ranchos de pesca foram incendiados.

Na Carta, os pescadores denunciam situações que têm acontecido de maneira recorrente contra várias comunidades pesqueiras que têm tido os seus ranchos de pesca incendiados ou derrubados e apontam a indústria do turismo e os cercamentos privados como principais responsáveis pelos conflitos socioambientais, que expulsam e expropriam as comunidades dos seus territórios ancestrais.

Confiram a Carta na íntegra logo abaixo ou aqui!

 

 

 

 

 

 


 

CARTA DE REPUDIO AOS INCÊNDIOS CRIMINOSOS CONTRA A COMUNIDADE PESQUEIRA DE SANTO AMARO

 

Nossa luta é por um território livre e inclusivo, onde os pescadores e as pescadoras tradicionais tenham segurança, no ir e vir, sem se sentirem ameaçadas em seus territórios tradicionais. Transmitimos aqui, a nossa indignação pelo que vem ocorrendo e nos colocamos solidários e na luta com os PESCADORES E PESCADORAS DE SANTO AMARO, e de forma coletiva aos demais pescadores e pescadoras que vêm sofrendo com as ameaças em seus territórios em todo o Brasil.

As áreas ocupadas ancestralmente pelas comunidades tradicionais de pescadores e pescadoras, sempre foram cobiçadas pelo capital. As principais praias onde hoje são os cartões postais para o turismo, há décadas atrás, eram comunidades de pescadores, como: Praia de Pipa no Rio Grande do Norte; Maragogi em Alagoas, Porto de Galinhas aqui em Pernambuco, entre tantas outras no litoral do Brasil.

Nos últimos anos temos nos deparado com criminalização, expropriação e expulsão das comunidades, que têm resistido e permanecido nos seus territórios. Como casos mais recentes podemos citar os casos ocorridos no litoral do Piauí e Maranhão, como também o ocorrido na praia do Tatuamunha, no município de Porto de Pedras no litoral norte de Alagoas, onde agentes do Estado destruíram as palhoças dos pescadores de uma área com TAUS (Termo de Autorização de Uso Sustentável) reconhecidamente legalizada pelo Governo Federal, a favor dos pescadores e pescadoras artesanais.

No litoral sul de Pernambuco, com o crescimento dos grandes projetos de turismos que vem se instalando, já temos percebido o crescimento da violência e as constantes tentativas de exclusão dos pescadores de suas áreas habituais de trabalho. É cerca na praia da Pedra no Rio Formoso, construção de muros e cercas no pontal e estuário do Maracaípe, em Ipojuca, é expulsão de comunidades inteiras, como o ocorrido na região do complexo do porto de Suape.

O que esta acontecendo hoje com a COMUNIDADE TRADICIONAL PESQUEIRA DE SANTO AMARO no município de Sirinhaém/PE, não pode passar despercebido, ou continuar sendo ignorado pelas autoridades e governantes. Só esse ano, já foram 03 INCÊNDIOS, notadamente criminosos. Exigimos uma investigação séria e que os culpados venham a ser identificados e devidamente punidos dentro da lei.

  1. Movimento dos Pescadores e Pescadores Artesanais do Brasil – MPP/PE
  2. Articulação Nacional da Pescadoras – ANP/PE
  3. Colônia dos Pescadores Z 05 de Tamandaré
  4. Colônia dos Pescadores Z 06 da Barra de Sirinhaém
  5. Colônia dos Pescadores Z 07 do Rio Formoso
  6. Colônia dos Pescadores Z 08 do Cabo de Sto Agostinho
  7. Colônia dos Pescadores Z 09 de São José da Coroa Grande
  8. Colônia dos Pescadores Z 10 de Itapissuma
  9. Colônia dos Pescadores Z 11 da Ilha de Itamaracá
  10. Colônia dos Pescadores Z 12 do Ipojuca
  11. Colônia dos Pescadores Z 13 de Jatobá
  12. Colônia dos Pescadores Z 14 de Goiana
  13. Colônia dos Pescadores Z 17 do Tejucupapo
  14. Colônia dos Pescadores Z 22 dos Barreiros
  15. Colônia dos Pescadores Z 25 do Jaboatão dos Guararapes
  16. Colônia dos Pescadores Z 23 de Petrolandia
  17. Colônia dos Pescadores Z 29 de Floresta
  18. Colônia dos Pescadores Z 54 de Gameleira
  19. Associação dos Pescadores e Pescadoras da Praia de Carne de Vaca
  20. Associação dos Pescadores e Pescadoras de Tejucupapo
  21. Associação das Marisqueiras e Marisqueiros, Pescadores e Pescadoras de Povoação de São Lourenço
  22. Associação Mãe dos Beneficiários da Reserva Extrativista Acau-Goiana
  23. Associação das mulheres Pescadoras Artesanais de São José da Coroa Grande
  24. Associação de Moradores Artesões, Pescadores e Marisqueiras de Aver-o-mar
  25. Associação dos Pescadores da Barra do Sirinhaém
  26. Conselho Indigenista Missionário - CIMI/NE;
  27. Comissão para a Ação Sociotransformadora da CNBB/NE2;
  28. Pastoral do Menor - NE2
  29. Pastoral Povo da Rua - N2
  30. Serviço Pastoral dos Migrantes - SPM NE
  31. Pastoral Regional da Saúde
  32. Pastoral da AIDS - NE2
  33. Comissão Pastoral da Terra - CPT NE 2
  34. ⁠Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2
  35. Pastoral Carcerária do Regional Ne2
  36. Pastoral Carcerária da Província da Paraíba 
  37. Pastoral Carcerária da Diocese de Guarabira
  38. ⁠Comissão Sócio Transformadora da Província da Paraíba
  39. Comissão Sócio transformadora da Diocese de Guarabira.
  40. Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras NE 2
Linha de ação: 

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