Reportagem e fotos: Ormezita Barbosa | Edição: Ingrid Campos
O CPP está participando do Sínodo para a Amazônia e das atividades da Tenda da Casa Comum, tendo como representantes, a Secretária-executiva da Pastoral dos Pescadores, Ormezita Barbosa, e o presidente do CPP, o bispo D. José Valdeci Mendes. No encontro, realizado entre os dias 6 e 27 de outubro, no Vaticano, serão discutidos temas ambientais, sociais e próprios da Igreja Católica presente nos nove países que compreendem territórios da região amazônica: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Guiana, Guiana Francesa, Venezuela e Suriname.
No dia de ontem (06/10), aconteceu a Celebração de Abertura do Sínodo presidida pelo Papa Francisco. “Uma celebração forte, marcada pela presença dos povos da Amazônia e suas realidades”, foi dessa forma que a Secretária-executiva do CPP, Ormezita Barbosa descreveu o momento. Em sua homilia, o Papa Francisco pediu a intercessão do Espírito Santo para “inspirar o nosso Sínodo a renovar os caminhos da Amazônia para que não se apague o fogo da missão” e finalizou dizendo que “muitos irmãos e irmãs da Amazônia carregam cruzes pesadas e aguardam pela consolação libertadora do Evangelho e pela carícia do amor da Igreja”.
Para Ormezita Barbosa, o Sínodo já se consolidou como um grande sinal de esperança na vida dos povos da Amazônia e inspira a Igreja a se ousar mais em sua ação evangelizadora. “As escutas realizadas nos territórios deram maior visibilidade aos conflitos existentes na região que se materializam pela ganância dos grandes projetos capitalistas que exploram os Bens Comuns em detrimento do enriquecimento de poucos”. Ela se refere ao longo processo que antecedeu o Sínodo, quando os povos que habitam a Floresta Amazônica no Brasil e nos países que também fazem parte do bioma, foram escutados e tiveram a oportunidade de falarem sobre as preocupações que têm em relação ao bioma e às ameaças aos povos e à floresta. As escutas estão consolidadas no documento que orientará o encontro. “A igreja está atenta aos apelos do povo, e o Sínodo deve apontar novos caminhos para atuarmos de forma cada vez mais profética”, defende.
Para o Presidente do CPP e bispo de Brejo, D. José Valdeci Mendes, a abertura do Sínodo motivou o reativar do Dom de Deus. “A Celebração Eucarística como abertura do Sínodo para a Amazônia, nos motiva, como disse o Papa Francisco: ‘a partir do Apóstolo Paulo, a reativar o Dom de Deus, ajuda-nos a fazer a caminhada juntos’. E nos motivou para um gesto de doação, sendo Dom de Deus para os irmãos e irmãs”. O bispo também acredita que a homilia motivou os participantes a se manterem firmes e comprometidos. “São palavras encorajadoras que nos ajudam a mantermo-nos firmes no compromisso com a vida humana e toda a criação. No zelo pela casa comum”, analisou D. Valdeci.
Participantes da Tenda Comum acompanham bispos para início do trabalho do Sínodo
Eram 6 horas da manhã de hoje (07/10) quando os participantes da Tenda da Casa Comum, um espaço para realizar atividades de apoio e complementares ao Sínodo Pan-amazônico, se encontraram na Praça de São Pedro para organizar a procissão de envio dos padres sinodais e do Papa Francisco ao início dos trabalhos do Sínodo. “Com símbolos da Amazônia: canoa, rede, velas e os mártires da caminhada, iniciamos a celebração ainda do lado de fora da Basílica. Entoando cantos da caminhada fazendo memória da caminhada da Igreja na América Latina, seguimos em procissão até a parte interna da Basílica de São Pedro”, relata a Secretária-executiva do CPP, Ormezita Barbosa que acompanhou o momento de abertura dos trabalhos. Ela conta também que aos poucos foram chegando os Padres Sinodais, que se juntaram numa grande ciranda embalada por músicas latino-americanas. “Em seguida chegou o Papa Francisco com sua presença terna e calorosa, nos abençoando e seguindo conosco em procissão. Durante a caminhada, o Papa recebeu muitas manifestações de apoio, palavras de incentivo e acima de tudo, de muito carinho de todo o povo”, relata Ormezita.
Os participantes também demonstraram apoio para as transformações propostas pelo Sínodo, que forem necessárias para uma Igreja mais atenta às questões da Amazônia. “Dissemos ao Papa que estamos juntos na realização das transformações necessárias para a Igreja na Amazônia e que não tivesse medo de ousar, pois estamos com ele, apoiando suas decisões”, relatou Ormezita.
As atividades do Sínodo da Amazônia seguem até o dia 27 de outubro.