Em diálogo autogestionado foi elaborado propostas que relacionam crise climática, direito humano à alimentação e justiça socioambiental, enviadas à organização da COP30
Comunicação do CPP

“Se já acordamos o que deve ser feito para o enfrentamento da crise climática, por que não cumprimos?” A pergunta que orienta o Balanço Ético Global (BEG), iniciativa do governo brasileiro com apoio da ONU e da presidência da COP30, guiou o diálogo autogestionado realizado pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) em 6 de novembro de 2025. Nessa reunião virtual, da qual o Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras (CPP) participou, conselheiras, conselheiros e organizações da sociedade civil sistematizaram contribuições sobre o direito humano à alimentação adequada, a soberania e segurança alimentar e nutricional e os impactos da crise climática sobre os povos em situação de maior vulnerabilidade.
A partir das respostas às cinco perguntas propostas pelo BEG, o grupo consolidou um documento que denuncia a hegemonia de modelos de produção e consumo que colocam o lucro acima da vida, invisibilizam saberes tradicionais, aprofundam desigualdades, racismo e injustiça ambiental, e ao mesmo tempo aponta caminhos concretos baseados em sistemas alimentares sustentáveis, agroecologia, proteção de territórios e participação social efetiva. Ao contribuir com esse processo, o CPP reforça a centralidade das comunidades pesqueiras e dos povos das águas no enfrentamento à crise climática, afirmando que não há justiça climática nem direito à alimentação sem a defesa dos territórios e dos modos de vida que cuidam da Casa Comum.
