Entre os dias 20 a 23 de Maio, Belém do Para acolherá o Congresso dos 50 anos do Conselho Pastoral do Pescadores – CPP. O encontro acontecerá no campus da Universidade Federal do Pará – UFPA e tem o objetivo de celebrar a história e a missão do CPP, além de apontar caminhos futuros para a ação da pastoral. Cerca de 500 pessoas de 17 estados brasileiros são esperadas para participarem do encontro, entre pescadores e pescadoras artesanais, além de agentes de pastoral. Um dos mais importantes teólogos da Igreja Católica do Brasil, o monge beneditino Marcelo Barros, além do cantor da teologia da libertação, Zé Vicente também estarão presentes, ajudando nas reflexões e na condução do encontro.

 “O congresso acontece no momento importante e desafiador na história do país, pois irá acontecer em um local simbólico, no chão da Amazônia. No ano em que o Papa convida a Igreja a celebrar o Sínodo da Amazônia. E é com essa sintonia que estaremos celebrando os 50 anos da Pastoral dos Pescadores”, comemora a Secretária-executiva Nacional do Conselho Pastoral dos Pescadores, Ormezita Barbosa. A aproximação do Sínodo e o desejo de avançar o trabalho de atuação da pastoral pelos biomas Amazônicos e do Pantanal pelos próximos três anos, motivaram a realização do encontro, na cidade de Belém, onde a pastoral já atua há 32 anos. 

A celebração dos 50 anos ganha contornos ainda mais importantes no atual momento, devido às ameaças que os direitos conquistados pelos pescadores e pescadoras artesanais estão sofrendo recentemente. A atuação da Pastoral nas últimas décadas  potencializou os processos de luta, organização, conquistas e avanços da pesca artesanal. As mobilizações da Constituinte da Pesca, movimento organizado pelo CPP durante a década de 80, no período da elaboração da Constituição de 1988, garantiu aos pescadores e pescadoras artesanais conquistas sociais importantes como o direito à aposentadoria rural, entre outros, que no momento está ameaçado com a Reforma da Previdência.

O avanço de projetos do agro e hidronegócio também ameaçam a qualidade do pescado e a permanência dos pescadores e pescadoras artesanais nos seus territórios e na garantia do seu modo de vida. Crimes ambientais graves como os cometidos recentemente pela mineradora Vale, que destruíram o Rio Doce e o Rio Paraopeba (MG), além do acidente recente da Hydronorte, na cidade de Barcarena (PA), colocam em risco a continuidade da atividade pesqueira em todo o Brasil e na região norte do país, onde a população costuma ter maior preferência pelo consumo de pescado.

“Durante todos esses anos o CPP vem ajudando os pescadores nas organizações de associações como a criação do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais – MPP e vem fortalecendo essas associações fazendo com que os pescadores sejam protagonistas de suas lutas conquistando aquilo que almejam para suas famílias e territórios”, afirma Barbosa. No Congresso, todo esse legado será lembrado, tendo a presença de figuras históricas da pesca artesanal como a pescadora Joana Mousinho, que foi a primeira mulher a ser eleita presidente de Colônia e de confederação dos pescadores.

Sobre o CPP

O Conselho Pastoral dos Pescadores - CPP é uma pastoral social e está ligada à Comissão Episcopal para Ação Social Transformadora da Confe¬rência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, atuando em 11 estados brasileiros, incluindo o Pará. Atualmente, o bispo da diocese de Brejo (MA), D. José Valdeci Mendes preside a pastoral e a Comissão Episcopal para Ação Social Transformadora da CNBB. 

A pastoral foi fundada em 1969, em Olinda (PE), pelo Frei Alfredo Schnuettgen, tendo na época, o incentivo do bispo Dom Helder Câmara. 

Serviço:

O quê: Congresso de 50 anos do CPP

Quando: 20 a 23 de maio de 2019

Onde: Campus da UFPA, Belém (PA)