Relatório do IPCC, divulgado nesta segunda-feira (20/3), faz alerta para colapso climático se ações urgentes não forem tomadas
Assessoria de Comunicação do CPP | Texto: Henrique Cavalheiro
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas - IPCC da ONU, divulgado nesta segunda-feira (20/3), aponta a preocupante situação do planeta e as ameaças climáticas que virão se ações contundentes e emergenciais não forem tomadas pelas nações. O relatório síntese, disponível em inglês, foi apresentado após discussões de autoridades internacionais ao longo de uma semana, e encerra o Sexto Ciclo de Avaliações (AR6).
Segundo o IPCC, produzido pelos principais cientistas sobre o tema do mundo, a exploração e a dependência do uso de combustíveis fósseis estão impulsionando de forma esmagadora o aquecimento global.
O IPCC é considerado o painel com maior autoridade do mundo em ciência do clima. O novo relatório reúne pesquisas científicas atuais, aponta a necessidade de redução de emissão de gases de efeito estufa em 43% até 2030 e 60% até 2035, para evitar que as temperaturas globais excedam a inflexão de 1,5° Celsius até o fim do século.
O documento que traz um “alerta final” para a humanidade em busca de um futuro habitável na Terra, diz que ainda há esperança se medidas mais ambiciosas forem tomadas pelos países, para garantir uma vida com mais sustentabilidade e consciência dos reais impactos que o planeta vem sofrendo pela ação da humanidade nos últimos 200 anos.
“A humanidade está num gelo fino – e esse gelo está derretendo rapidamente”, disse o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, em pronunciamento oficial no canal do IPCC. “Nosso mundo precisa de ação climática em todas as frentes – tudo, em todos os lugares, ao mesmo tempo", acrescentou.
Entre as principais conclusões do relatório, está a exploração do petróleo como impulsionadora do aquecimento global. A entidade propõe um Pacto de Solidariedade Climática, que entre várias ações que podem salvar o futuro do planeta, está a necessidade de interromper qualquer nova intenção de expansão de reservas já existentes de petróleo e gás, trabalhando por uma transição energética que seja justa e renovável.
Outros pontos apresentados, está a exploração de carvão e a necessidade de eliminação gradual do carvão até 2030 nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE e 2040 em todos os outros países.