Por Assessoria de Comunicação do CIMI
A Marcha do Grito da Pesca Artesanal realizada no dia 22 de novembro reuniu mais de 600 pescadores pela Esplanada dos Ministérios e permitiu um momento de encontro solidário entre pescadores e pescadoras artesanais e povos indígenas que estavam em Brasília no acampamento "Levante pela Democracia", erguido no gramado da Funarte no dia 11 de novembro deste ano. No local, lideranças indígenas falaram sobre a importância de estarem juntos nessa luta.
“Perante esse desgoverno, nesse atual momento político, perdemos direitos coletivos que conquistamos no decorrer dos últimos anos. Todas essas conquistas estão sendo retiradas agora. É muito importante que possamos estar aqui, juntos, somando forças. E o Levante Pela Democracia é isso, é a união de movimentos sociais”, afirmou Kretã Kaingang, liderança do povo Kaingang.
Em sua fala, Kretã lembrou, ainda, sobre as dificuldades enfrentadas perante a pandemia de Covid-19. “Quem mais sofre na pandemia somos nós, porque lutamos pela preservação da natureza, dos oceanos, dos rios, dos nossos territórios e tudo o que esse governo tira de nós, como o direito de pescar no rio e no mar. O direito de viver na floresta, na terra demarcada, o direito de impedir o avanço da mineração e do garimpo em nossos territórios”, lamentou a liderança.
Na mesma linha que Kretã, Josana Pinto, militante do MPP, reforçou à equipe de comunicação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) que a “unificação da luta é a garantia da permanência dos povos em seus territórios”.
“Estamos aqui, juntos, para reforçar a unificação da luta, porque os povos estão perdendo direitos. Sabemos que precisamos continuar nessa batalha, ela tem muito significado. Assim como nossos irmãos indígenas estão sofrendo, nós, pescadores e pescadoras, também estamos. Todos nós estamos sofrendo violações de direitos e estamos aqui para apoiar o que é nosso. Continuaremos lutando contra todos os retrocessos”, afirmou Josana.