Desde o mês de maio, agentes de pastoral do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), além de pescadores e pescadoras artesanais do MPP (Movimento de Pescadores e Pescadoras artesanais), têm tido a oportunidade de debaterem sobre Fundos rotativos, Crédito Solidário, Moedas Locais e Finanças Solidárias. Os encontros, que acontecem de maneira remota, são chamados de Rodas de Conversa e fazem parte das formações que o Coletivo de Economia Solidária do CPP tem promovido durante esse ano. Três encontros já foram realizados.

O objetivo é estimular debates e ações de economia solidária nos regionais da pastoral, além de ajudar no esclarecimento das dúvidas sobre as temáticas. Após esse processo inicial de formação, a expectativa é que as discussões animem a criação de um fundo rotativo de microcrédito, que ajude a financiar iniciativas de economia solidária das comunidades pesqueiras.

“Isso é importante porque é um processo de formação para as equipes dos diversos regionais, num tema que é novo para a maioria do pessoal”, reflete o Secretário de Economia Solidária do CPP Nacional, Marcelo Apel.  Ele aponta ainda uma segunda importância. “Alguns regionais já têm no seu planejamento essa discussão sobre crédito e finanças nas comunidades. E já há também essa discussão de criar fundos rotativos. Então esses encontros têm proporcionado essa reflexão, que contribui porque esclarece e mostra o que é isso (Fundos rotativos) e como as experiências têm funcionado nos diversos locais”, explica.

Nesses três meses de formação, assessores como José Carlos Vandresen, diretor do Cresol, Leonora Mol, coordenadora da Rede Brasileira de Bancos Comunitários e Francisco Santiago, assessor de Economia Solidária da Cáritas Ceará, já passaram pelas Rodas de Conversa e colaboraram com o aprofundamento sobre os assuntos.

O formato dos encontros como rodas de conversa tem proporcionado uma maior interatividade dos participantes, que têm avaliado positivamente a formação. “Leonora, foi maravilhosa. Se pudermos continuar com a conversa será maravilhoso”, apontou uma das participantes sobre a assessora Leonora Mol.

Devido ao retorno favorável, mais encontros devem acontecer e dessa vez a proposta é escutar representantes de comunidades que já implantaram iniciativas de fundos rotativos, bancos comunitários ou créditos solidários. “Vamos fazer mais rodas de conversa e mais discussões, principalmente sobre fundos rotativos nas comunidades. Já estamos articulando para continuar essas formações com coisas mais práticas, além de trazer talvez um grupo de comunidade que já tem um fundo rotativo para poder participar da roda e assim contar melhor a história e ajudar mais o pessoal nessas dúvidas mais concretas”, explica Apel.