Assessoria de Comunicação da CNBB
No Dia de São Pedro e São Paulo, 29 de junho, (também dia do Pescador), o portal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) conversou com o presidente da Comissão para a Ação SocioTransformadora, dom José Valdeci, que também é presidente do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) e com a secretária executiva do Conselho, Ormezita Barbosa.
Os dois enfatizaram que a celebração do dia de hoje ganha contornos ainda mais importantes no atual momento, devido às ameaças sofridas com relação aos direitos conquistados pelos pescadores. E ainda salientaram a importância do Conselho Pastoral dos Pescadores no processo.
“O Conselho Pastoral de Pescadores é um dos organismos da Igreja que faz parte das Pastorais Sociais e que tem um papel muito importante, exatamente o de motivar pescadores na luta por seus direitos. Eu diria por territórios pesqueiros, mas também tantos outros que são ameaçados nos tempo atuais”, afirmou dom Valdeci.
A atuação do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), pastoral social ligada à Comissão para a Ação SocioTransformadora, está organizada em vários estados brasileiros, e nas últimas décadas vem potencializando os processos de luta, organização, conquistas e avanços para esses que vivem da pesca artesanal.
“O Conselho celebrou no ano passado 50 anos de existência, sendo um sinal de testemunho, de presença na luta por dignidade e justiça, por isso eu diria que o Conselho tem esse papel profético de ajudar homens e mulheres nas conquistas dos seus direitos, na luta por liberdade”, afirma dom Valdeci.
Ormezita Barbosa, secretária executiva do Conselho, reafirmou que os pescadores são um grupo social muito invisível e que celebrar o dia de hoje é contemplar a contribuição desses trabalhadores que vivem das águas e que são de grande importância para a soberania alimentar.
“São trabalhadores que tem uma importância grande para a economia, mas também na sua contribuição cultural e a sua contribuição como guardiões dos territórios, das águas, de um ecossistema equilibrado, contudo, apesar de toda essa importância eles são ainda muito invisíveis para a sociedade em geral”, salienta Ormezita.
Ainda, de acordo com a secretária executiva do CPP, celebrar a data é também uma oportunidade de denunciar as violações sofridas pela classe. “Eles ainda sofrem muito preconceito, muitas violações nas suas comunidades, nos seus territórios, então mais do que nunca é um dia de denúncia. A gente celebra a vida, a resistência, a cultura, mas aproveita o dia para denunciar as violações que ocorrem nos territórios tradicionais pesqueiros”, salienta.