No próximo dia 12, o Movimento Ocupe Estelita e parceiros promovem no Cais José Estelita, localizado no Recife/PE, uma série de atividades que pretende discutir as relações entre o campo e as cidades – o OCUPE CAMPO-CIDADE. A programação visa promover debates, conversas e reflexões que também coloquem em evidência a opressão aos trabalhadores e às trabalhadoras dessas zonas. As atividades incluem feira orgânica e agroecológica, oficinas de plantio e bioconstrução, aulas públicas, cinedebate e diversas atrações culturais.
O encontro é motivado pela necessidade de debater a convergência de demandas entre as zonas rurais e urbanas – interseção que se exprfessa de forma comum pela disputa por espaços para viver e produzir. No campo, a demanda da reforma agrária escancara a dominação autoritária dos latifundiários e as ameaças geradas pela agroindústria e pelo hidronegócio (grifo nosso) . Já na cidade, a especulação imobiliária varre para zonas periféricas homens e mulheres de raças e classes “indesejadas”, “revitalizando” centros para a classe dominante.
Entre os parceiros da iniciativa estão o Centro Sabiá, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Núcleo de Agroecologia e Campesinato (NAC/UFRPE), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Pastoral da Juventude Rural (PJR), Rede Coque Vive e Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Comércio Informal (SINTRACI).
A terra e a moradia são território de disputa e conflito em um contexto social no qual o lucro de poucos se sobrepõe às vidas e direitos básicos de muitos.
Tanto no campo quanto na cidade os regimes de exploração submetem os sujeitos de formas diferentes mas igualment violentos: no campo, trabalhadores e trabalhadoras frerquentemente são expostas a regime de trabalho semi-escravo nas grandes plantações de cana-de-açúcar; na cidade são comuns os trabalhos de baixa remuneração como os catadores, ambulantes e limpadores de rua e domésticas. Em ambos os espaços, pessoas são expostas cotidianamente aos venenos dos agrotóxicos e alimentos transgênicos, riscos de acidentes no trabalho, insegurança alimentar e de moradia, violentas simbólicas e ameaças de físicas que ameaçam suas vidas e as de outros seres vivos.
Há muito mais em comum do que podem sugerir as distâncias geográficas. Na comunhão das opressões, faz-se necessária a comunhão na luta. SE O CAMPO NÃO RESISTE, A CIDADE NÃO OCUPA.
É por isso, que, no dia 12 de abril, a partir das 13hs, nos juntaremos, cidade + campo, numa ação que chamamos de OCUPE CAMPO-CIDADE. Será uma tarde no Cais José Estelita voltada para discussões e, principalmente, vivências que reforcem essa proximidade e gerem uma cooperação entre as lutas.
PROGRAMAÇÃO (a partir das 13 horas):
-Feira orgânica/agroecológica – Com a presença da produção do assentamento tal do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra; Povo Xukuru; Rede Espaço Agroecológico; Feira Agroecológica de Dois Irmãos; Agricultores Zona Mata Sul;
- Oficinas de plantio – Bioconstrução; Plantio e uso de ervas medicinais; Plantio de mudas (agrofloresta); Teatro de Mamulengos; Literatura de cordel
- Teatro (16 h)– Grupo Magiluth (com o espetáculo Luiz Lua Gonzaga)
- Aulas públicas
- Cinedebate
- Atrações culturais
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