Seminário estadual reuniu universidades, instituições de pesquisa e comunidades pesqueiras para debaterem diretrizes sobre a implantação de uma política de ATEP no estado.
Por Arméle Dornelas - Assessora de comunicação do CPP Nacional
A necessidade de se construir uma política de Assistência Técnica e Extensão Pesqueira (ATEP) para a pesca artesanal no estado reuniu professores (as), pesquisadores (as), estudantes e pescadores (as) artesanais no I Seminário da Pesca Artesanal e Assistência Técnica do Estado de Pernambuco. O evento, que aconteceu entre os dias 27 e 29 de maio, em Recife e Olinda, levantou debates sobre o tema que resultaram em uma carta política contendo pontos primordiais para um plano estratégico de ATEP em Pernambuco, e que será encaminhada ao poder público estadual.
A ausência de políticas voltadas para a pesca artesanal, tanto a nível federal como estadual e municipal, foi apresentada pelo professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Ângelo Braz, através de sua pesquisa dentro do tema. “Nós até encontramos nos sites dos órgãos federais, estaduais e municipais políticas para o setor, mas ninguém conhece essas ações e tão pouco a vemos implementadas”, comenta. Nessa conjuntura, o grupo passou a discutir quais caminhos a política de ATEP no estado deve ter.
As discussões levaram em conta a relevância da atividade pesqueira para o país e para o estado e as reivindicações dos pescadores e pescadoras artesanais. “Não queremos que esse plano seja feito para os pescadores (as), e sim que ele seja construído com os pescadores (as)”, destaca a pescadora Maria das Neves. Para ela, considerar a realidade e o conhecimento das comunidades pesqueiras na realização das políticas é essencial para que suas necessidades sejam, de fato, atendidas.
Com a urgência de qualificar e fortalecer a atividade pesqueira artesanal dentro do estado, a perspectiva do grupo é que o resultado do Seminário seja o primeiro passo para a implementação de uma política de ATEP em Pernambuco. A carta política contém uma série de avaliações de âmbito social, econômico e ambiental e servirá como instrumento reivindicatório junto ao governo.