O impacto das mudanças climáticas na vida das comunidades pesqueiras foi o tema do seminário realizado, no dia de ontem (10/05), pelo Conselho Pastoral dos Pescadores Regional Ceará, na cidade de Fortaleza (CE). O encontro contou com a parceria do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais, Articulação Nacional das Pescadoras e o Instituto TerraMar. 

O Seminário “Mudanças Climáticas na Percepção das Comunidades Tradicionais Pesqueiras - Identificando seus impactos e construindo resistências” contou com a participação de pescadores e pescadoras artesanais, que na ocasião debateram a degradação dos seus territórios provocada pelas mudanças climáticas, pós a implementação de grandes projetos, supostamente limpos ou sem impactos, mas que adentram violentamente nas comunidades. 

Os participantes do encontro ainda realizaram incidência numa Audiência Pública realizada pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (COEMA), que votava a flexibilização das leis que regulamentam a implementação de parques eólicos e solares no estado. A partir da mobilização dos pescadores, indígenas e quilombolas, um debate acirrado foi travado entre as comunidades tradicionais e os conselheiros do COEMA, já que a flexibilização das leis que regulamentam a implementação dos parques atingem diretamente a permanência das comunidades em seus direitos territoriais e culturais. A mobilização fez com que a votação fosse adiada. “A nossa luta é permanente e como foi citado na audiência: ‘podem acabar com as nossas comunidades, porém não terão um dia de sossego!’”, apontou a agente do CPP Ceará, Sarah Nobre.