A construção e formulação de uma política interna de proteção e segurança é debatido pelos agentes reunidos em Olinda-PE
Texto e fotos: Henrique Cavalheiro / Assessoria de Comunicação do CPP
Nesta quinta-feira, 14 de setembro, agentes pastorais do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) participaram de uma formação voltada para a construção da Política de Salvaguarda da instituição. A iniciativa, que aconteceu na sede do CPP Nacional, localizada no Recanto do Pescador, em Olinda- PE, reúne agentes de pastoral de 12 estados do Brasil e faz parte do Curso de Formação dos Agentes de Pastoral do CPP 2023, que se estenderá até sexta-feira (15).
A assessora Cristtiane Viana, comunicadora popular, jornalista e antropóloga, conduziu as discussões e compartilhou informações essenciais sobre a importância da Política de Salvaguarda. Durante a formação, Cristtiane destacou o princípio norteador da salvaguarda: que é a dignidade humana. Ela ressaltou que ao salvaguardar os agentes, reconhecemos a humanidade de cada pessoa, levando em consideração todas as suas diferenças e particularidades.
"A Política de Salvaguarda é um documento que deve ser construído de dentro para fora. Precisamos desenvolvê-la internamente para garantir nossa segurança e proteção, o que, por sua vez, refletirá em nosso trabalho com as comunidades na base", explicou a assessora.
A formação também enfatizou a importância de reconhecer a singularidade e a diversidade de cada membro da pastoral, mesmo que na missão do conselho todos compartilhem o mesmo propósito.
Romper com diversos tipos de violência
A cultura da transparência foi outro tópico abordado, visando romper com diversas formas de violência nas relações, como intimidação, machismo, assédio sexual e LGBTfobia. A confidencialidade e o acolhimento de denúncias foram mencionados como elementos cruciais da política, promovendo um ambiente seguro e consciente para quem se sente ameaçado física, emocionalmente e institucionalmente.
“Não ter medo de falar sobre estas violências nas relações dentro do CPP. Pois o que é velado, velado fica. É preciso que estas pautas não sejam silenciadas neste processo educativo constante e institucional”, afirmou a jornalista.
Cristtiane Viana encerrou a formação destacando que a educação sobre a Política de Salvaguarda deve ser constante e permanente, visando despertar a consciência pessoal e coletiva. A dimensão da salvaguarda, que engloba prevenção, intervenção e enfrentamento, foi apresentada como uma maneira de estabelecer uma cultura do cuidado na instituição, reverberando nos ambientes privados de cada um.
“Se a gente levar para o campo, para as comunidades pesqueiras estes discursos educativos contra os tipos de violência, daremos a oportunidade de que a comunidade também se torne mais consciente e segura até para nosso trabalho”, apontou Viana.
A Política de Salvaguarda é um elemento essencial para proteger a integridade e a reputação do CPP, mantendo a confiança das comunidades de base e garantindo a continuidade de suas missões. Ela reflete o compromisso da instituição com a dignidade e o respeito à diversidade, promovendo um ambiente seguro e transparente para todos os envolvidos, dentro e fora da pastoral.
“Uma instituição que se compromete em adotar uma Política de Salvaguarda construída coletivamente é reconhecer que o "corpo" precisa de proteção e cuidado para os enfrentamentos. A instituição que cuida dos seus pautada na ética do respeito ajuda a construir um grupo mais coeso, de relações afetivas e uma sociedade mais igualitária”, finalizou Cristtiane.